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18 de mar. de 2011

VOTORANTIM É UMA DAS CIDADES A RECEBER OS AGENTES DE LEITURA

                                                     


A Secretaria de Articulação Institucional (SAI/MinC) promove nesta sexta-feira, dia 18, oficina para gestores estaduais e municipais de ações voltadas ao livro e à leitura. O objetivo é apresentar a metodologia do projeto Agentes de Leitura. Ao todo sete estados e 11 municípios, além de um consórcio municipal, são esperados para o encontro.


A oficina terá a participação da Cátedra UNESCO de leitura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), centro de pesquisa especializado em leitura, responsável pelo desenvolvimento da metodologia de formação dos agentes. O projeto conta, também, com apoio técnico e financeiro do Ministério da Educação ( MEC), sendo que a seleção das famílias alvo do projeto está a cargo do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

A partir do Programa Mais Cultura, o MinC coordena o projeto, repassa os recursos e orienta como os estados e municípios devem proceder para a seleção e formação dos agentes. A iniciativa consiste na preparação de jovens, entre 18 e 29 anos, com ensino médio completo, para o atendimento a famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família. Para um total de 25 horas semanais dedicadas ao programa, cada agente de leitura recebe uma bolsa mensal de R$350,00, um acervo com cerca de 100 livros, além mochila, bicicleta e uniforme.

Pelo projeto, esses jovens desenvolvem atividades cuja finalidade é criar ambientes favoráveis à leitura em escolas, bibliotecas e casas de famílias de suas comunidades. A estratégia utilizada inclui a promoção de rodas de leitura, contação de histórias e empréstimos de livros.

“Os agentes de leitura atuam integrados às bibliotecas públicas municipais. Da mesma forma, estão inseridos nas escolas, contribuindo na formação leitora de crianças e jovens, articulados com os professores em projetos pedagógicos de incentivo à leitura. Outros ambientes importantes para a ação dos agentes são os Pontos de Leitura e os Pontos de Cultura”, explica Fabiano dos Santos, diretor de Livro, Leitura e Literatura da SAI.

Foram convidados gestores dos estados do Acre, Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Piauí e Rio Grande do Norte; dos municípios de Canoas, Bento Gonçalves e São Leopoldo (RS); Ribeirão Preto, Osasco, Laranjal Paulista, Diadema e Votarantim (SP); Recife (PE), Fortaleza (CE), Joinville (SC) e do Consórcio Culturando São Paulo.

A SAI estima que os primeiros agentes de leitura já estarão atuando a partir do segundo semestre deste ano. A previsão é distribuir 3.118 jovens agentes entre os estados e municípios beneficiados pelo projeto.

Inspirada em uma iniciativa do governo do Ceará, a difusão de Agentes de Leitura, no país, é parte das diretrizes do Plano Nacional do Livro e Leitura ( PNLL), implantado em 2006 pelo governo federal para assegurar e democratizar o acesso à leitura e ao livro.

'A Cultura Pertence as Pessoas'

15 de mar. de 2011

Workshop traz percussionista cubano a Votorantim


A Prefeitura de Votorantim, através da Secretaria de Cultura, em parceria com a Casa do Ritmo, realiza um workshop com o percussionista cubano Pedro Bandeira, na próxima quinta-feira (17), às 19h30 no auditório municipal “Francisco Beranger”.
O workshop tem como objetivo aprofundar o tema trazendo novos ritmos à cidade, como os ritmos cubano e afro cubano. Para isso, Pedro Bandeira trará instrumentos como congas, batas, timbales, entre outros. A cultura da percussão ainda é pouco divulgada no interior de São Paulo, segundo Dirceu Marques, professor na Casa do Ritmo. Marques ressalta que a música cubana está interligada a brasileira, e o percussionista Pedro Bandeira consegue resgatar as duas, levando em consideração sua formação em Havana, na Universidade Federal da Bahia, além da experiência como professor na escola “Pracatum”, do cantor Carlinhos Brown.
Para participar do workshop basta comparecer ao auditório municipal, que fica na avenida Vereador Newton Vieira Soares, 291 – centro, próximo ao terminal de ônibus. A entrada é gratuita e não há limite de idade para participar. O encontro tem duração prevista de duas horas. Mais informações pelo telefone (15) 3243-1191.

Sobre o artista
Pedro Bandeira é formado em Educação Musical pelo Instituto Superior Pedagógico em Havana (Cuba), e tem especialização em percussão cubana e afro cubana no mesmo instituto. No Brasil freqüentou a Universidade Federal da Bahia, em Salvador, onde se especializou em percussão afrobrasileira.
Participou dos projetos musicais Agô e Siguaraya da ONG, Sambatá, que dirige o seu trabalho ao intercâmbio cultural entre Cuba e Brasil, com quem tem realizado apresentações no Brasil e no Japão.
Em 2008 coordenou a turnê da Banda Sepultura por Cuba, além de participar de vários projetos com artistas brasileiros e cubanos. Atualmente realiza oficinas, cursos e palestras sobre música, percussão e cultura cubana e afro cubana.

'A Cultura pertence as Pessoas'

14 de mar. de 2011

Dia Nacional da Poesia - 14 de Março




A poesia é a arte da linguagem humana, do gênero lírico, que expressa sentimento através do ritmo e da palavra cantada. Seus fins estéticos transformaram a forma usual da fala em recursos formais, através das rimas cadenciadas.
As poesias fazem adoração a alguém ou a algo, mas pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também.
Existem três tipos de poesias: as existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas.
A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.
Castro Alves ficou conhecido como o “poeta dos escravos”, pois lutou grandemente pela abolição da escravidão. Além disso, era um grande defensor do sistema republicano de governo, onde o povo elege seu presidente através do voto direto e secreto.
Sua indignação quanto ao preconceito racial ficou registrada na poesia “Navio Negreiro”, chegando a fazer um protesto contra a situação em que viviam os negros. Mas seu primeiro poema que retratava a escravidão foi “A Canção do Africano”, publicado em A Primavera.
Cursou direito na faculdade do Recife e teve grande participação na vida política da Faculdade, nas sociedades estudantis, onde desde cedo recebera calorosas saudações.
Castro Alves era um jovem bonito, esbelto, de pele clara, com uma voz marcante e forte. Sua beleza o fez conquistar a admiração dos homens, mas principalmente as paixões das mulheres, que puderam ser registrados em seus versos, considerados mais tarde como os poemas líricos mais lindos do Brasil.

'A Cultura Pertence as Pessoas'

Sobre Oftalmologia, dias nublados e Carnaval - [ Por Clayton Leme ]



‎'Então o que você quer? Mudar a humanidade?
Não, alguma coisa mais modesta que a humanidade: se transforme, como ela mesma já fez duas ou três vezes'.
Cornélius Castoriadis



Não sou das ciências oftalmológicas, muito menos da medicina, mas algo curioso acontece com a humanidade de tempos em tempos, que acredito não ser, o único “Ser” a experienciar esse tipo de alteração.
No Aurélio, dicionário popular de pesquisa da língua, podemos encontrar da seguinte forma – “retina: membrana ocular interna, em que estão as células nervosas que recebem os estímulos luminosos, e onde se projetam as imagens produzidas pelo sistema óptico ocular”.
Um dia comum, como qualquer outro. Será?
Talvez irreconhecível pelo feriado nublado, no mês de março, muito diferente do normal, pelo frio ou quem sabe pelo trânsito incansável de nuvens que ora choram, ora sorriem dando espaço para a ocupação das ruas. Enfim, confusões com o tempo, melhor não entrar em detalhes ou tentar explicar, ele passa, ou quem sabe passamos por ele.
O que, realmente, importa é o encontro marcado. Não se sabe ao certo o formato, afinal ele depende das pessoas para construir juntos, mas o importante é dar início: Carnaval da Cidade de Votorantim! A meta é clara, festa em família, segura, no centro e nos bairros, alterar o modo como podemos propor o encontro.
Na vida é assim, vamos caminhando, alterando o que é necessário para dar continuidade à vida, sendo alterados ao mesmo tempo. É claro que essa relação é mais simples quando nos permitimos olhar para a complexidade que as coisas têm. O mundo precisa ser reencantado. Não como a recriação de um mito, mas olhar o mundo com espanto, com deslumbramento, assim como Heráclito nos diz “que a morada do homem é o extraordinário”, Se ele voltar a ocupar este espaço, voltará a reencantar o mundo. Que a intenção ou a ordem seja a de se surpreender a cada esquina, se conectar. Devemos nos perguntar: como vamos encontrar outra vez a sensação mágica das coisas?
É nesse lugar de reencantamento das coisas que o Carnaval de Votorantim, muito questionado pela sua transformação, surge. Nasce do cruzamento de um olhar responsável, com o jeito seguro e tranqüilo da cidade que se deseja para as pessoas. Os dias nublados de Carnaval da cidade, vieram para mostrar que realmente seriam momentos nunca vistos anteriormente, não no mês de Março, não em 2011 e não com aquelas pessoas, naquele formato.
O tempo ficou confuso, ora ria, ora chorava. Acredita-se que as lágrimas derramadas sobre os cortejos carnavalescos nos bairros eram de emoção ao ver a seriedade com que as crianças levavam a brincadeira e a diversão em família. Talvez por, raramente, terem oportunidades de se renderem a essa experiência com toda a família por perto ou mesmo sob os olhos atentos e participativos dos pais. Diversão essa que não estabelecia relação a partir da carência ou por classificações bobas da sociedade como: periferias e centros, afinal, quem ainda não compreendeu que toda periferia é também um centro?
Diversão é diversão, não escolhe classes ou perfis de pessoas, ela pertence à quem quiser tocá-la, não custa e não seleciona, apenas espera. Nesse carnaval não esperou por muito tempo, lá estavam as pessoas fantasiadas ou não, com adereços, pinturas ou até mesmo somente com o mais importante, o corpo atento e disponível, para abraçar, pular e sorrir com olhos e bocas.
Um dia a gente acorda e descobre que tudo foi um sonho. Questionamentos surgem de todos os lados, tentando encontrar um vestígio de carnaval, daquele carnaval, onde será que foi parar? Não houve? Onde está a grande festa da cidade, perdeu-se no tempo? O tempo passou, o bloco passou e quem se dispôs à ir para a sacada e para as janelas viu a banda passar. Passou movida pela alegria das crianças, pais, gatos e cachorros, pessoas fantasiadas de cores e cores fantasiadas de pessoas. Assim um pacto foi formalizado na cidade, de que quando questionados, só diríamos que foi um sonho e que quando tivéssemos a necessidade de lembrar como foi, contaríamos aos cochichos aos interessados.
Quanto à oftalmologia? Não me esqueci não, só lembrava-me das pessoas que durante a festa de carnaval ajudaram-me a trocar as retinas, por um par novinho em folha, e sem fila de transplante. Esta troca deve acontecer sempre que possível, pois assim revigoramos nossas escolhas, nossos conceitos, pensamentos de mundo e de nós mesmos. Assim nos propomos a sempre reinventar um mundo no qual somos co-criadores e co-participantes.
Trocar as retinas nos possibilita caminhar pelas ruas e em qualquer esquina encontrarmo-nos com o deslumbramento da vida. Depois de cinco dias de Carnaval em Votorantim, nós participantes voltamos para casa mais pó do que líquido. Não poderíamos segurar o tempo, mas sim percebê-lo. Fomos para casa encantados. Fomos para casa empoeirados, com pó de estrela.


P.S. Quem quiser lembrar ou tentar imaginar como foram esses dias, é só olhar aqui e verificar do que estamos falando: