A matéria a seguir foi extraída do Jornal Cruzeiro do Sul, o qual indaga quanto a ganhos e 'perdas' em se investir num carnaval para família, e você, o que pensa sobre isso?
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'Carnaval de Votorantim perde sua força'
Secretário da Cultura opta por não trazer grandes nomes para a Praça Lecy de Campos, como era tradicional
Notícia publicada na edição de 18/02/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 3 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
José Antônio Rosa
Referência em nível regional até bem pouco tempo no que se referia ao Carnaval, Votorantim optou por organizar, este ano, um evento "mais voltado à família". Foi essa, pelo menos, a justificativa dada pelo secretário da Cultura do Município, Clayton Leme, para anunciar o que chamou de "reestruturação" da festa, que chegou a reunir, em edições passadas, na Pça. Lecy de Campos, conforme estimativa dos organizadores, público de até 20 mil pessoas por noite.
No lugar da folia propriamente dita, a cidade deverá recorrer ao desfile de blocos que percorrerão bairros, atividades para as crianças com brinquedos infláveis, intervenções artísticas, Trio Elétrico e uma roda de samba.
Denominada "Me Leva que eu Vou", a programação que será realizada entre os dias 4 e 8 de março, contará (quem diria) com o reforço de blocos de Sorocaba, como o Quilombinho, um dos destaques do roteiro. O município também abriu mão dos shows com nomes consagrados, prática comum nas edições anteriores da festa.
O secretário argumenta que preferiu abrir espaço para os talentos locais. Clayton garante que "o perfil da população mudou". "As pessoas, hoje, buscam outras alternativas. Muita gente aproveita para viajar. Temos, além disso, um número expressivo de evangélicos, que não prestigiam esse tipo de festejo".
Para o titular da Secult, o Carnaval "perdeu a força" nas regiões do interior do Estado. "Essa é uma realidade observada já há algum tempo. Quanto mais perto do sul do país, menos ênfase o evento merece. Em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, por exemplo, não se dá tanta importância a isso".
Para o titular da Secult, o Carnaval "perdeu a força" nas regiões do interior do Estado. "Essa é uma realidade observada já há algum tempo. Quanto mais perto do sul do país, menos ênfase o evento merece. Em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, por exemplo, não se dá tanta importância a isso".
Clayton Leme diz que os exemplos do Rio de Janeiro e da Bahia não podem servir de parâmetro. "Nesses lugares, existe todo um processo de formação cultural da comunidade. O carioca vive no morro, respira samba, vive essa expectativa o ano todo; o mesmo ocorre com os baianos".
Na conversa que manteve com o Mais Cruzeiro, o secretário falou da expectativa do público que procura diversão nessa época do ano. "Estamos mais preocupados com os valores familiares. Há uma diferença entre se divertir e se deixar levar pela euforia, pelos excessos, pelos abusos".
A proposta, reiterou Clayton, consiste em "resgatar a tradição e reunir os blocos carnavalescos da cidade, e fazer com que crianças e adultos venham fantasiados para se divertir com toda a segurança e qualidade".
Programação
Dia 4 de março, sexta-feira, às 18h, com o Bloco Amigos da Cultura, que se concentra na Pça. do Expedicionário, no Parque Bela Vista, e de lá segue até a Pça. Lecy de Campos.
No sábado, das 16h às 18h, acontece o Carnaval nos bairros Itapeva e Vila Nova Votorantim, com bandas marciais (que o secretário Clayton Leme entende ser importante resgatar).
No domingo, no mesmo horário, a atividade se repete nos bairros Novo Mundo e Serrano.
Paralelamente, acontece a matinê na Pça. Lecy de Campos. No espaço, entre 18h e 23, ocorre o encontro Samba de Raiz.
Na segunda-feira, dia 7, das 16h às 18h, haverá matinê no mesmo recinto. Às 19h, sai, do Aquário Cultura, que segue para o complexo urbanístico "José de Oliveira Souza". Na terça-feira, 8, último dia da festa, volta a ser realizada matinê, das 15h às 18h30, na Pça. Lecy de Campos.
Agora, reflitamos: o que é o Carnaval no contexto de Votorantim?
'A Cultura Pertence as Pessoas!'
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